sexta-feira, 30 de agosto de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Oxalá
Considerado o pai maior, pai de
todos os Orixás e de todos os mortais, de acordo com o culto praticado no Rio
Grade do Sul (batuque). É o Orixá que exerce todo o conhecimento e a relação ao
destino de todos os seres humanos. Oxalá é o mais respeitado Orixá nas nações
africanas, a paz e a harmonia espiritual são as características deste que é o
criador e administrador do universo. Quando moço, se manifesta em seu
cavalo-de-santo dançando como os outros Orixás, quando se apresenta em sua
passagem velha, chega curvado. Pertence a Oxalá de Orumiláia a visão
espiritual, como conseqüência do Ifá (jogo de búzios). Cultuamos Bocum, Olokum,
Dakum, Jabokum e Oromiláia.
Elemento: Ar
Domínio: Espiritualidade
Instrumento: Oxalá novo: Espada e
escudo. Oxalá velho: Opaxorô (cajado)
Cores: Branco
Saudação: Epa ô Baba
Dia da semana: Quarta-feira:
Oxalá Moço e Domingo: Oxalá velho
Ebó: Canjica branca, merengue e
mel.
No sincretismo, é associado a
Jesus Cristo.
Iemanjá
Considerada a Mãe de todos os
Orixás e consequentemente senhora da maternidade e das famílias. Divindade das
águas salgadas dos mares e oceanos. Orixá que gera o movimento das águas, deusa
da Pérola, protetora dos pescadores e marinheiros. Traz paz e harmonia para
toda a família. Dona do pensamento, por isso é a ela que devemos recorrer para
solucionar problemas de depressão e instabilidade emocional. Cultuamos Iemanjá
Bomi e Bossi.
Elemento:
Oceanos e mares
Domínio: Fertilidade – Pensamento
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Azul claro
Saudação: Omio Odo
Dia da semana: Sexta-Feira
Ebó: Canjica branca, cocada e mel.
No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora dos Navegantes.
Domínio: Fertilidade – Pensamento
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Azul claro
Saudação: Omio Odo
Dia da semana: Sexta-Feira
Ebó: Canjica branca, cocada e mel.
No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora dos Navegantes.
Oxum
Oxum Orixá feminino muito cultuado e lembrado por ter a fertilidade como característica principal. Senhora da Água doce, e do amor. Simboliza a riqueza, doçura, bondade e vaidade. É a mãe Orixá que zela pelas crianças desde o ventre da mãe carnal até os sete anos. Por ser a senhora da riqueza e do ouro, muito se recorre a mãe Oxum para crescimento financeiro e também causas amorosas. Cultuamos Oxum Pandá de Ibejis, Oxum Pandá, Demum e Docô.
Elemento: Água doce
Domínio: Rios, cachoeiras e lagos
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Amarelo e dourado
Saudação: Ora Ie ieu
Dia da semana: Sábado
Ebó: Canjica amarela, quindins e mel.
No sincretismo, o Orixá é associado à Nossa Senhora das Graças, N.S. da Conceição, N.S. Aparecida, N.S do Carmo.
Domínio: Rios, cachoeiras e lagos
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Amarelo e dourado
Saudação: Ora Ie ieu
Dia da semana: Sábado
Ebó: Canjica amarela, quindins e mel.
No sincretismo, o Orixá é associado à Nossa Senhora das Graças, N.S. da Conceição, N.S. Aparecida, N.S do Carmo.
Ibeijis
Ibejis são divindades gêmeas infantis, é um Orixá duplo e
tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.Divide-se em
masculino e feminino, (gêmeos).Em Oyó cultua-se como Erês ligados a qualidade
de Xangô e Oxum. Popularmente conhecido como Oxum e Xangô de Ibeji. Os Orixás
gêmeos protegem os que ao nascer perderam algum irmão (gêmeo), ou tiveram
problemas de parto. Em algumas casas de Candomblé e Batuque são referidos como
erês (crianças) que se manifestam após a chegada do Orixá, chamados de Axe-erês
ou axêros. Por serem gêmeos estão ligados ao princípio da dualidade
e de tudo que vai nascer, brotar e criar.
Elemento: Ar
Domínio: Nascimento e infância
Cores: Multicolorido
Saudação: Bejiróó
Dia da semana: Domingo
Ebó: Amalá e canjica amarela com doces e brinquedos.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Cosme e Damião.
Domínio: Nascimento e infância
Cores: Multicolorido
Saudação: Bejiróó
Dia da semana: Domingo
Ebó: Amalá e canjica amarela com doces e brinquedos.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Cosme e Damião.
Xapanã
Divindade das pragas, moléstias, pestes e enfermidades.
Senhor da cura, é o médico do espírito, senhor da vassoura, que afasta as
cargas negativas e as doenças – principalmente as espirituais. Orixá que não
deve ser invocado em vão. Senhor da terra, que detém o controle dos mortos, do
mistério e tudo que é oculto. Senhor da feitiçaria e da magia.
Elemento: Terra
Domínio: Doenças
Instrumento: Xaxará
Cores: Vermelho e preto, lilás
Saudação: Abawô
Dia da semana: Quarta-feira
Ebó: Amendoim, feijão preto e milho torrado.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Roque, São Lázaro e Nosso Senhor dos Passos.
Domínio: Doenças
Instrumento: Xaxará
Cores: Vermelho e preto, lilás
Saudação: Abawô
Dia da semana: Quarta-feira
Ebó: Amendoim, feijão preto e milho torrado.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Roque, São Lázaro e Nosso Senhor dos Passos.
Ossaim
Orixá das plantas medicinais e litúrgicas. Conhecedor do
segredo de todas as folhas, utilizada nos rituais e na medicina natural. Sem
folha, utilizadas nos rituais e na medicina natural. Sem folhas não há Orixá.
Senhor da liturgia e regente do sagrado. Considerado o médico da nossa religião
e também da moeda corrente. Vive nas florestas, onde nada por ser retirado sem
a licença deste Orixá.
Elemento: Matas
Domínio: Folhas e plantas em geral
Instumento: Cajado em forma de árvore, com um pássaro na ponta
Cores: Verde e amarelo
Saudação: Ewo Ewoö
Dia da semana: Segunda e quarta-feira
Ebó: Apetés de batata inglesa, linguiça e pipoca.
No sincretismo, o Orixá Ossaim é associado a São Cristovão.
Domínio: Folhas e plantas em geral
Instumento: Cajado em forma de árvore, com um pássaro na ponta
Cores: Verde e amarelo
Saudação: Ewo Ewoö
Dia da semana: Segunda e quarta-feira
Ebó: Apetés de batata inglesa, linguiça e pipoca.
No sincretismo, o Orixá Ossaim é associado a São Cristovão.
Obá
Orixá guerreira, forte e destemida, enérgica, muitas
vezes mais forte que Orixás masculinos. Tímida e apaixonada, quando amando se
anula em favor do amor. Senhora dos segredos, Orixá do corte, amores avassaladores
e não correspondidos. Para muitos, Obá seria o lado masculino da mulher por seu
estado bravo de ser.
Elemento: Águas revoltas
Domínio: Navalha, Roda
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Rosa
Saudação: Exó
Dia da semana: quarta-feira
Ebó: Feijão miúdo, salsa, abacaxi e epô
No sincretismo, o Orixá Obá é associada à Santa Catarina.
Domínio: Navalha, Roda
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Rosa
Saudação: Exó
Dia da semana: quarta-feira
Ebó: Feijão miúdo, salsa, abacaxi e epô
No sincretismo, o Orixá Obá é associada à Santa Catarina.
Odé e Otim
Orixás da caça e da pesca, protetores dos animais, vivem
nas matas, é um casal inseparável. Representantes da amizade verdadeira, de
irmãos. São eles que trazem a fartura para a nossa mesa. Tem como
características de personalidade a independência e liberdade, solidão e
individualismo. Conhecem o manuseio das plantas nativas, porque aprenderam com
Ossaim.
Elemento: Matas
Domínio: Caça
Instrumento: Ofá (arco) e Damatá (flecha)
Cores: Azul escuro (Odé) e azul com branco (Otim) - Cabinda
Saudação: Oke okebanbo
Dia da semana: Sexta-feira
Ebó: Feijão miúdo, inhame doce e chuleta de porco.
No sincretismo, os Orixás Odé e Otim são associados a São Sebastião e Santa Bernadete.
Domínio: Caça
Instrumento: Ofá (arco) e Damatá (flecha)
Cores: Azul escuro (Odé) e azul com branco (Otim) - Cabinda
Saudação: Oke okebanbo
Dia da semana: Sexta-feira
Ebó: Feijão miúdo, inhame doce e chuleta de porco.
No sincretismo, os Orixás Odé e Otim são associados a São Sebastião e Santa Bernadete.
Xangô
Senhor da Justiça, é o rei que cuida da administração do
poder e principalmente é o Orixá responsável pelo cumprimento da justiça divina
na terra. Determina o que é certo e o que é errado dentro da sua disposição imparcial,
visando acima de tudo a verdade. Representa a autoridade constituída no Panteão
africano. É uma figura sólida, tanto por esse papel como pelo elemento que ele
é associado: a pedra. Xangô é íntegro, indivisível; com tudo isso, é evidente
que certo autoritarismo faça parte de sua figura. É o Orixá que decide sobre o
bem e o mal, possui capacidade de inspirar a aceitação inconteste de suas
decisões, pela sua retidão e honestidade inquebrantáveis. As qualidades cultuadas deste orixá: Xangô de Ibejis, Xangô Aganjú e Xangô
Agodô.
Elemento: Pedra
Domínio: Justiça, trovão e fogo
Intrumento: Oxé (machado de dois cortes)
Cores: Vermelho e Branco
Saudação: Kawô-Kabiesilé
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: Amalá – Pirão, carne de peito, mostarda, banana e maçã
No sincretismo, o Orixá Xangô é associado a São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Jerônimo.
Domínio: Justiça, trovão e fogo
Intrumento: Oxé (machado de dois cortes)
Cores: Vermelho e Branco
Saudação: Kawô-Kabiesilé
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: Amalá – Pirão, carne de peito, mostarda, banana e maçã
No sincretismo, o Orixá Xangô é associado a São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Jerônimo.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Iansã
Orixá dos
ventos e tempestades, a mais guerreira dos Orixás femininos por sua
tempestividade. Senhora da aliança, da alegria e da felicidade. Dona do teto e
da panela, senhora dos eguns e do movimento. Deusa da espada de fogo, dona das
paixões avassaladoras, Orixá do fogo, guerreira e poderosa, senhora dos
cemitérios. Na nação (batuque) cultua-se Iansã Dirã, Timboá e Niqué.
Elemento:
Vento
Domínio: Fogo, raios e tempestades.
Instrumento: Eruexim (chibata feita com rabo de cavalo) e Obé (espada)
Cores: Branco e vermelho
Saudação: Epaieio
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: pipoca e batata doce
No sincretismo, é associada à Santa Bárbara e Santa Joana D’arc.
Domínio: Fogo, raios e tempestades.
Instrumento: Eruexim (chibata feita com rabo de cavalo) e Obé (espada)
Cores: Branco e vermelho
Saudação: Epaieio
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: pipoca e batata doce
No sincretismo, é associada à Santa Bárbara e Santa Joana D’arc.
Ogum
Orixá das lutas e das guerras, Orixá que vence demanda,
desbravador que traz vitórias. Senhor dos metais, dono do Obé (faca), do ferro
e do aço. É o viajante desbravador de novas frentes e caminhos. Senhor das
estradas e caminhos. Padroeiro dos militares, agricultores e dos ferreiros.
Dono das armas, regente da tecnologia.
Ogum Avagã: Guarnece junto com o Bará Lodê as entradas
dos Ilês.
Ogum Adiolá: Ogum que responde na praia.
Ogum Onira: Responde nos campos e nos matos
Ogum Adiolá: Ogum que responde na praia.
Ogum Onira: Responde nos campos e nos matos
Elemento: Metal (ferro e aço)
Domínio: Guerra, máquinas e agricultura
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Vermelho e verde
Saudação: Ogunhê
Dia da semana – Quinta-feira
Ebó: Costela assada e inhame azedo (epô)
No sincretismo, o Orixá Ogum, é associado a São Jorge
Domínio: Guerra, máquinas e agricultura
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Vermelho e verde
Saudação: Ogunhê
Dia da semana – Quinta-feira
Ebó: Costela assada e inhame azedo (epô)
No sincretismo, o Orixá Ogum, é associado a São Jorge
Bará
Orixá dos cruzeiros e dono das encruzilhadas. Senhor do
Epô, primeiro Orixá a ser reverenciado, é aquele que abre e fecha os caminhos.
Mensageiro dos Orixás, ninguém vai a praia sem passar
pelo cruzeiro. Intermediário entre o Orum (céu) e o Aye (terra), guardião dos
portões e portas dos ilês.
Bará Lodê: Guardião dos portões do Ilê junto com Ogum
Avagã
Bará Lanã: Guardião da porta do Ilê, ficando à esquerda
da porta de entrada.
Bará Adague: Guardião da porta do Ilê, ficando à direita
da porta de entrada.
Bará Agelú: Considerado o mais novo dos Barás, ficando
dentro dos Pejis (quarto de santo).
Elemento: Terra
Domínio: Cruzeiros e caminhos
Instrumento: Ogó (pênis de madeira com buzios, simbolizando o sêmem)
Cores: Vermelho
Saudação: Alupo
Dia da semana: Segunda-feira / Bará Agelú: sexta-feira
Ebó: Milho torrado e batata assada
Domínio: Cruzeiros e caminhos
Instrumento: Ogó (pênis de madeira com buzios, simbolizando o sêmem)
Cores: Vermelho
Saudação: Alupo
Dia da semana: Segunda-feira / Bará Agelú: sexta-feira
Ebó: Milho torrado e batata assada
No sincretismo, o Orixá Bará é associado a São Pedro e
Santo Antônio
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
MANIFESTAÇÃO DO ORIXÁ
A pessoa, na qual
o Orixá incorpora, é denominada cavalo-de-Orixá, no Rio Grande do
Sul, mais conhecido como cavalo-de-santo; aquele que tem o privilégio
de ser “montado” (incorporado)pelo seu Orixá. No Batuque, ou
seja nas nações de Oyó, Gêge, Ijexá, Nagô, Cabinda, diferente
do Candomblé, a pessoa não toma conhecimento da incorporação ou,
que foi ocupada por seu Orixá.
Os transes de posseção(ocupação) das pessoas tem geralmente um caráter de perfeita autenticidade, pois, assumem certas afinidades de temperamento do Orixá incorporado.
Os transes de posseção(ocupação) das pessoas tem geralmente um caráter de perfeita autenticidade, pois, assumem certas afinidades de temperamento do Orixá incorporado.
No momento do
transe de possessão, o iniciado comporta-se inconcientemente como o
Orixá, ao qual está possuído. O indivíduo(pessoa), só pode ser
incorporada pelo Orixá dono do seu eledá (cabeça). Pode, ainda,
terem os iniciados de um mesmo Orixá as características proveniente
das diversidades das qualidades atribuídas a cada Orixá, dependendo
assim do nome que aquele Orixá vai levar e assim sendo, suas
características próprias podendo ser esse Orixá de acordo com o
caso, jovem ou velho, amável ou ranzinza, pacífico ou
guerreiro.Varia também de acordo com Orixá do corpo (ajuntó) ,
pois apesar do Orixá do corpo não manifestar-se incorporando no
iniciado, ele influencia também o comportamento das pessoas na
possessão.
O caráter de cada
indivíduo resulta na combinação e no equilíbrio destes dois
Orixás. Quando os iniciados estão em transe e começam a dançar,
possuídos pelos seus Orixás, ficam com as expressões faciais e as
maneiras de se portar totalmente modificadas
0 QUE É ORIXÁ?
O Orixá seria em
princípio um antepassado divinizado que em sua vida fixara ligações
permitindo-lhe um domínio sobre certas forças da natureza, bem como
o trabalho em geral, e o conhecimento das qualidades e propriedades
das plantas. O seu manuseio e sua utilização para os diversos
fins.
O poder do antepassado divinizado tem, após a morte, condições de fazer uma encarnação em seu filho durante o fenômeno da incorporação por ele provocado.O Orixá é um poder imaterial. O qual somente percebemos quando está incorporado em um de seus filhos.
O filho é o veículo que permite ao Orixá vir à terra e é através dele, na incorporação, que o Orixá pode dançar junto com o povo; receber cumprimentos, ouvir queixas, conceder graças e conversar com as pessoas.
Os poderes dos Orixás são iguais, padronizados, de acordo com a função de cada um, complementam-se entre si e finalmente tornam-se o conjunto de forças que regem o universo.
O poder do antepassado divinizado tem, após a morte, condições de fazer uma encarnação em seu filho durante o fenômeno da incorporação por ele provocado.O Orixá é um poder imaterial. O qual somente percebemos quando está incorporado em um de seus filhos.
O filho é o veículo que permite ao Orixá vir à terra e é através dele, na incorporação, que o Orixá pode dançar junto com o povo; receber cumprimentos, ouvir queixas, conceder graças e conversar com as pessoas.
Os poderes dos Orixás são iguais, padronizados, de acordo com a função de cada um, complementam-se entre si e finalmente tornam-se o conjunto de forças que regem o universo.
Religião Africanista
INICIO NO RIO GRANDE DO SUL
Somente duzentos
anos após a Bahia ser centro político nacional é que começou
efetivamente o Rio Grande do Sul, sua colonização. Esta área foi
juridicamente inserida no território pátrio pelo Tratado de
Tordesilhas, antes contestada pela Coroa Espanhola.
Em 1737, ainda
éramos colônia de Portugal, o governo português para garantir a
posse dessas terras mandou edificar em região estratégica o forte
“Jesus, Maria e José”, aquartelando tropas. Dentre os operários
a maioria era composta de negros. Negros que mais tarde vieram a
trabalhar nos salgadouros e charqueadas de Pelotas.
Estamos neste ano
comemorando 230 anos desta presença africana aqui. 26 de Julho de
1783. Em fins do século 19 podiam-se contar com muitas Casas de
Religião(Ilês) então denominadas Casas de Pará. Após muitos anos
é que houve a substituição para Casas de Batuque... ou de Nação.
De 1895 a 1935 viveu em Porto Alegre um príncipe africano cujo nome
abrasileirado era Manuel Custódio, do Sapatá Erupê. O Príncipe de
Ubá. Ou simplesmente, Príncipe. Àquela época vivia-se um clima de
incertezas e conflitos entre as facções dos Ximangos e Maragatos.
Um Governador; Dr Augusto Borges de Medeiros, apesar de positivista,
reza a tradição, com testemunhos, mandou chama-lo e, juntamente com
o Tio Chico, do Moçambique, fizeram um assentamento para o Bará, no
Palácio e centro do Mercado. Também, Obrigação no lugar do antigo
patíbulo, frente a Igreja N. Sra das Dores. Ninguém precisa ler os
jornais da época para saber das estripulias policiais quanto ao
Candomblé; ou escutar aqui os contemporâneos do interventor Gen.
Daltro Filho, em 1937, que autorizava que os portais do Batuque
fossem rebentados a pata de cavalo e os dirigentes e membros
algemados nas delegacias como criminosos. Hoje tudo está mudando,
mas persistem as discriminações de forma velada. A própria
irmandade africanista em geral se identifica como católica ou
espiritualista, poucos tendo a coragem moral da auto definição.
A respeitabilidade africanista somente acontecerá no dia em que
houver conscientização e os dirigentes, principalmente, se
prestigiarem e auxiliarem, pois com demanda, cada vez mais perderão
o respeito e a força, que com certeza não nos levará a lugar
algum.
Em Salvador
predominou o grupo Iorubano, chamado após a Invasão Francesa, de
Nagô. Aqui, o Bântu. Africanismo, Umbandismo e Kardecismo são
correntes paralelas que trabalham exclusivamente com o Astral.
No Africanismo que
é assunto predominante, neste momento, temos de considerar a
presença de diferentes Nações, pois a África é um continente.
Formado de países com características especiais cada um, inclusive
com idioma diferente. Isto colocado, o Candomblé é parecido, mas
não é o mesmo que o Batuque. Nem na língua, axós, danças,
passos, rezas, liturgias ou mesmo Orixás. Ainda mantemos aqui no
Estado os seguintes Rituais: Oió, Nagô, Gêge, Igexã e Cabinda. Há
algumas casas de Candomblé, cultuando Angola ou Keto. O mais
acentuado é o Gêge-Ijexá, nos “toques”.
Temos que nos
preocupar com a provável falta de memória das nossas origens, da
história de nossa Religião, pois, nomes, nações e ritos caíram
no esquecimento das novas gerações.
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