A
falta de doutrina e de comprometimento que existe, em muitas casas
espiritualistas, coloca em risco a saúde física e psicológica dos
médiuns.
Para
se ter idéia, há casas que iniciam qualquer pessoa que tenha
vontade em trabalhos de desenvolvimento mediúnico de incorporação.
E
as pessoas que começam a freqüentar os trabalhos, por não terem a
menor noção do que é certo ou errado, se submetem.
Na
verdade, existem casos em que a mediunidade de incorporação nunca
vai se manifestar porque o médium, deverá desenvolver outras formas
de mediunidade.
A
mediunidade deve ser desenvolvida de forma progressiva e
individualizada, e o bom desenvolvimento do corpo mediúnico depende
muito da firmeza e da competência do chefe do grupo e do espirito
dirigente dos trabalhos.
Na
terra, a esfera material das diversas formas de religião é
conduzida pelos encarnados, o que inclui a organização das casas, a
orientação das pessoas e até a redação dos textos que explicam
os fenômenos espirituais.
É
justamente por se tratar de coisa de humanos que a religião muitas
vezes é deturpada.
Se
os espíritos de luz pudessem atuar sozinhos, várias situações
inoportunas deixariam de acontecer.
Mas
os trabalhos religiosos na terra precisam da união do plano físico
e do espiritual.
Sem
o fluido corpóreo dos médiuns, não é possível para os espíritos
atuar em nosso nível vibratório, dai a grande importância dos
médiuns e também da assistência nos trabalhos religiósos.
Quando
um dirigente religioso, independente da linha em que trabalhe, se
deixa envolver pelo ego, passa a acreditar que é o dono da verdade,
e o que ainda é pior, que é o dono das pessoas . Sua mente se fecha
para as orientações do plano espiritual que deveriam orientar sua
conduta, por que sua vontade passa a ser mais importante.
Quando
o chefe dos trabalhos se perde, os espíritos não compactuam com os
erros cometidos, mas respeitam o livre arbítrio de todos. Ficam à
parte, aguardando que a situação se modifique para novamente
poderem trabalhar com seus médiuns. As pessoas não ficam
desamparadas, mas os espíritos não compactuam com o ego. Há
trabalhos que, irresponsavelmente, surgem em função da vontade que
tem algumas pessoas que dirigirem grupos. Se uma pessoa resolve
iniciar uma sessão, a responsabilidade é dela. Os seus protetores
não vão puní-lá por isso, mas toda a carga que surge em função
dos trabalhos vai ser também responsabilidade dela. Surgem, em
função disso, muitas complicações , para quem dirige e para quem
é dirigido.
Portanto,
não bastando atrapalhar a sí mesmo, o chefe deverá arcar com as
consequências do que provoca para o corpo mediúnico de sua casa.
Toda
aplicação do dom mediúnico deve estar sobre a proteção de uma
corrente espiritual e de uma chefia realmente capacitada.
Infelizmente, em muitas casas sem boa direção espiritual, exerce-se
o hábito de desenvolver a mediunidade em pessoas obsediadas,
causando-lhes desequilíbrios ainda piores do que a própria
obsessão. São pessoas que, estando claramente doentes, são levadas
a abrirem seus canais de mediunidade, irresponsávelmente, a fim de
supostamente se curarem.
A
pessoa perturbada chega nos trabalhos e é aconselhada a
desenvolver..... porque tem mediunidade.
A
mediunidade perturbada pela obsessão não merece incentivo.
Mentores
espirituais de casas honestas cuidam de tratar desses processos
obsessivos até que os fenômenos cessem, e o enfermo, curado, possa
retomar suas atividades normais e, quem sabe, desenvolver sua
mediunidade. Por outro lado, se a pessoa está desequilibrada,
doente, desenvolvendo algo que nem sabe exatamente o que é, possuir
um canal aberto será algo muito perigoso.
A
mediunidade não é causadora da enfermidade ou da loucura. É o seu
desenvolvimento indevido que permite que um espirito obsessor dela se
utilizepara instalar, na mente de sua vitima, a enfermidade mental.
Precisamos
também conhecer a fadiga mediúnica. O exercício da mediunidade
provoca perda de fluidos vitais do corpo do médium e tende a esgotar
os seus campos energéticos. Por isso os dirigentes capacitados
dedicam especial atenção e cuidado para os médiuns iniciantes.
Convém
que o dirigente espiritual esteja atento à conduta dos médiuns,
para perceber indícios de anormalidade. Mediunidade é uma atividade
psíquica séria, e a ela só devem se dedicar pessoas que se
disponham a ter conduta religiósa, ou seja, uma moral sadia e
hábitos disciplinados.
A
irresponsabilidade e incompetência de dirigentes nos critérios de
admissão e instrução de seus trabalhadores pode culminar em
demência. Basta imaginar a situação em que uma pessoa obsediada é
submetida a entidades hipócritas.
Lembremos
que a humildade, a dedicação, a paciência e a renuncia são os
caminhos do crecimento mediúnico.
O
orgulho e os maus espíritos são seus obstáculos. A mediunidade,
assim como todos os dons, possui dois lados. Se, por um lado, é
fonte de abençoadas alegrias, por outro, pode ser também de
profundas decepções.
Mas
isso nunca deve ser motivo para que alguém desista de desenvolver a
sua mediunidade, de cumprir a sua missão, pois ela é simples e
gratificante na vida das pessoas que a abraçam como missão de
serviço nas legiões do bem!