A
Tradição do Bará do Mercado traz os relatos de 7 religiosos de matriz africana
sobre o fundamento afro-religioso chamado O Bará do Mercado Público, a partir
dos percursos e experiências urbanas desses negros na cidade de Porto Alegre.
Esse documentário relata a importância da cultura negra em nosso estado, conta
a história de um povo que atravessou o oceano sem perder a fé e esperança na
sua crença.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Oxalá
Considerado o pai maior, pai de
todos os Orixás e de todos os mortais, de acordo com o culto praticado no Rio
Grade do Sul (batuque). É o Orixá que exerce todo o conhecimento e a relação ao
destino de todos os seres humanos. Oxalá é o mais respeitado Orixá nas nações
africanas, a paz e a harmonia espiritual são as características deste que é o
criador e administrador do universo. Quando moço, se manifesta em seu
cavalo-de-santo dançando como os outros Orixás, quando se apresenta em sua
passagem velha, chega curvado. Pertence a Oxalá de Orumiláia a visão
espiritual, como conseqüência do Ifá (jogo de búzios). Cultuamos Bocum, Olokum,
Dakum, Jabokum e Oromiláia.
Elemento: Ar
Domínio: Espiritualidade
Instrumento: Oxalá novo: Espada e
escudo. Oxalá velho: Opaxorô (cajado)
Cores: Branco
Saudação: Epa ô Baba
Dia da semana: Quarta-feira:
Oxalá Moço e Domingo: Oxalá velho
Ebó: Canjica branca, merengue e
mel.
No sincretismo, é associado a
Jesus Cristo.
Iemanjá
Considerada a Mãe de todos os
Orixás e consequentemente senhora da maternidade e das famílias. Divindade das
águas salgadas dos mares e oceanos. Orixá que gera o movimento das águas, deusa
da Pérola, protetora dos pescadores e marinheiros. Traz paz e harmonia para
toda a família. Dona do pensamento, por isso é a ela que devemos recorrer para
solucionar problemas de depressão e instabilidade emocional. Cultuamos Iemanjá
Bomi e Bossi.
Elemento:
Oceanos e mares
Domínio: Fertilidade – Pensamento
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Azul claro
Saudação: Omio Odo
Dia da semana: Sexta-Feira
Ebó: Canjica branca, cocada e mel.
No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora dos Navegantes.
Domínio: Fertilidade – Pensamento
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Azul claro
Saudação: Omio Odo
Dia da semana: Sexta-Feira
Ebó: Canjica branca, cocada e mel.
No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora dos Navegantes.
Oxum
Oxum Orixá feminino muito cultuado e lembrado por ter a fertilidade como característica principal. Senhora da Água doce, e do amor. Simboliza a riqueza, doçura, bondade e vaidade. É a mãe Orixá que zela pelas crianças desde o ventre da mãe carnal até os sete anos. Por ser a senhora da riqueza e do ouro, muito se recorre a mãe Oxum para crescimento financeiro e também causas amorosas. Cultuamos Oxum Pandá de Ibejis, Oxum Pandá, Demum e Docô.
Elemento: Água doce
Domínio: Rios, cachoeiras e lagos
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Amarelo e dourado
Saudação: Ora Ie ieu
Dia da semana: Sábado
Ebó: Canjica amarela, quindins e mel.
No sincretismo, o Orixá é associado à Nossa Senhora das Graças, N.S. da Conceição, N.S. Aparecida, N.S do Carmo.
Domínio: Rios, cachoeiras e lagos
Instrumento: Abebê (espelho)
Cores: Amarelo e dourado
Saudação: Ora Ie ieu
Dia da semana: Sábado
Ebó: Canjica amarela, quindins e mel.
No sincretismo, o Orixá é associado à Nossa Senhora das Graças, N.S. da Conceição, N.S. Aparecida, N.S do Carmo.
Ibeijis
Ibejis são divindades gêmeas infantis, é um Orixá duplo e
tem seu próprio culto, obrigações e iniciação dentro do ritual.Divide-se em
masculino e feminino, (gêmeos).Em Oyó cultua-se como Erês ligados a qualidade
de Xangô e Oxum. Popularmente conhecido como Oxum e Xangô de Ibeji. Os Orixás
gêmeos protegem os que ao nascer perderam algum irmão (gêmeo), ou tiveram
problemas de parto. Em algumas casas de Candomblé e Batuque são referidos como
erês (crianças) que se manifestam após a chegada do Orixá, chamados de Axe-erês
ou axêros. Por serem gêmeos estão ligados ao princípio da dualidade
e de tudo que vai nascer, brotar e criar.
Elemento: Ar
Domínio: Nascimento e infância
Cores: Multicolorido
Saudação: Bejiróó
Dia da semana: Domingo
Ebó: Amalá e canjica amarela com doces e brinquedos.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Cosme e Damião.
Domínio: Nascimento e infância
Cores: Multicolorido
Saudação: Bejiróó
Dia da semana: Domingo
Ebó: Amalá e canjica amarela com doces e brinquedos.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Cosme e Damião.
Xapanã
Divindade das pragas, moléstias, pestes e enfermidades.
Senhor da cura, é o médico do espírito, senhor da vassoura, que afasta as
cargas negativas e as doenças – principalmente as espirituais. Orixá que não
deve ser invocado em vão. Senhor da terra, que detém o controle dos mortos, do
mistério e tudo que é oculto. Senhor da feitiçaria e da magia.
Elemento: Terra
Domínio: Doenças
Instrumento: Xaxará
Cores: Vermelho e preto, lilás
Saudação: Abawô
Dia da semana: Quarta-feira
Ebó: Amendoim, feijão preto e milho torrado.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Roque, São Lázaro e Nosso Senhor dos Passos.
Domínio: Doenças
Instrumento: Xaxará
Cores: Vermelho e preto, lilás
Saudação: Abawô
Dia da semana: Quarta-feira
Ebó: Amendoim, feijão preto e milho torrado.
No sincretismo, o Orixá é associado a São Roque, São Lázaro e Nosso Senhor dos Passos.
Ossaim
Orixá das plantas medicinais e litúrgicas. Conhecedor do
segredo de todas as folhas, utilizada nos rituais e na medicina natural. Sem
folha, utilizadas nos rituais e na medicina natural. Sem folhas não há Orixá.
Senhor da liturgia e regente do sagrado. Considerado o médico da nossa religião
e também da moeda corrente. Vive nas florestas, onde nada por ser retirado sem
a licença deste Orixá.
Elemento: Matas
Domínio: Folhas e plantas em geral
Instumento: Cajado em forma de árvore, com um pássaro na ponta
Cores: Verde e amarelo
Saudação: Ewo Ewoö
Dia da semana: Segunda e quarta-feira
Ebó: Apetés de batata inglesa, linguiça e pipoca.
No sincretismo, o Orixá Ossaim é associado a São Cristovão.
Domínio: Folhas e plantas em geral
Instumento: Cajado em forma de árvore, com um pássaro na ponta
Cores: Verde e amarelo
Saudação: Ewo Ewoö
Dia da semana: Segunda e quarta-feira
Ebó: Apetés de batata inglesa, linguiça e pipoca.
No sincretismo, o Orixá Ossaim é associado a São Cristovão.
Obá
Orixá guerreira, forte e destemida, enérgica, muitas
vezes mais forte que Orixás masculinos. Tímida e apaixonada, quando amando se
anula em favor do amor. Senhora dos segredos, Orixá do corte, amores avassaladores
e não correspondidos. Para muitos, Obá seria o lado masculino da mulher por seu
estado bravo de ser.
Elemento: Águas revoltas
Domínio: Navalha, Roda
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Rosa
Saudação: Exó
Dia da semana: quarta-feira
Ebó: Feijão miúdo, salsa, abacaxi e epô
No sincretismo, o Orixá Obá é associada à Santa Catarina.
Domínio: Navalha, Roda
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Rosa
Saudação: Exó
Dia da semana: quarta-feira
Ebó: Feijão miúdo, salsa, abacaxi e epô
No sincretismo, o Orixá Obá é associada à Santa Catarina.
Odé e Otim
Orixás da caça e da pesca, protetores dos animais, vivem
nas matas, é um casal inseparável. Representantes da amizade verdadeira, de
irmãos. São eles que trazem a fartura para a nossa mesa. Tem como
características de personalidade a independência e liberdade, solidão e
individualismo. Conhecem o manuseio das plantas nativas, porque aprenderam com
Ossaim.
Elemento: Matas
Domínio: Caça
Instrumento: Ofá (arco) e Damatá (flecha)
Cores: Azul escuro (Odé) e azul com branco (Otim) - Cabinda
Saudação: Oke okebanbo
Dia da semana: Sexta-feira
Ebó: Feijão miúdo, inhame doce e chuleta de porco.
No sincretismo, os Orixás Odé e Otim são associados a São Sebastião e Santa Bernadete.
Domínio: Caça
Instrumento: Ofá (arco) e Damatá (flecha)
Cores: Azul escuro (Odé) e azul com branco (Otim) - Cabinda
Saudação: Oke okebanbo
Dia da semana: Sexta-feira
Ebó: Feijão miúdo, inhame doce e chuleta de porco.
No sincretismo, os Orixás Odé e Otim são associados a São Sebastião e Santa Bernadete.
Xangô
Senhor da Justiça, é o rei que cuida da administração do
poder e principalmente é o Orixá responsável pelo cumprimento da justiça divina
na terra. Determina o que é certo e o que é errado dentro da sua disposição imparcial,
visando acima de tudo a verdade. Representa a autoridade constituída no Panteão
africano. É uma figura sólida, tanto por esse papel como pelo elemento que ele
é associado: a pedra. Xangô é íntegro, indivisível; com tudo isso, é evidente
que certo autoritarismo faça parte de sua figura. É o Orixá que decide sobre o
bem e o mal, possui capacidade de inspirar a aceitação inconteste de suas
decisões, pela sua retidão e honestidade inquebrantáveis. As qualidades cultuadas deste orixá: Xangô de Ibejis, Xangô Aganjú e Xangô
Agodô.
Elemento: Pedra
Domínio: Justiça, trovão e fogo
Intrumento: Oxé (machado de dois cortes)
Cores: Vermelho e Branco
Saudação: Kawô-Kabiesilé
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: Amalá – Pirão, carne de peito, mostarda, banana e maçã
No sincretismo, o Orixá Xangô é associado a São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Jerônimo.
Domínio: Justiça, trovão e fogo
Intrumento: Oxé (machado de dois cortes)
Cores: Vermelho e Branco
Saudação: Kawô-Kabiesilé
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: Amalá – Pirão, carne de peito, mostarda, banana e maçã
No sincretismo, o Orixá Xangô é associado a São João Batista, São Miguel Arcanjo e São Jerônimo.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
Iansã
Orixá dos
ventos e tempestades, a mais guerreira dos Orixás femininos por sua
tempestividade. Senhora da aliança, da alegria e da felicidade. Dona do teto e
da panela, senhora dos eguns e do movimento. Deusa da espada de fogo, dona das
paixões avassaladoras, Orixá do fogo, guerreira e poderosa, senhora dos
cemitérios. Na nação (batuque) cultua-se Iansã Dirã, Timboá e Niqué.
Elemento:
Vento
Domínio: Fogo, raios e tempestades.
Instrumento: Eruexim (chibata feita com rabo de cavalo) e Obé (espada)
Cores: Branco e vermelho
Saudação: Epaieio
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: pipoca e batata doce
No sincretismo, é associada à Santa Bárbara e Santa Joana D’arc.
Domínio: Fogo, raios e tempestades.
Instrumento: Eruexim (chibata feita com rabo de cavalo) e Obé (espada)
Cores: Branco e vermelho
Saudação: Epaieio
Dia da semana: Terça-feira
Ebó: pipoca e batata doce
No sincretismo, é associada à Santa Bárbara e Santa Joana D’arc.
Ogum
Orixá das lutas e das guerras, Orixá que vence demanda,
desbravador que traz vitórias. Senhor dos metais, dono do Obé (faca), do ferro
e do aço. É o viajante desbravador de novas frentes e caminhos. Senhor das
estradas e caminhos. Padroeiro dos militares, agricultores e dos ferreiros.
Dono das armas, regente da tecnologia.
Ogum Avagã: Guarnece junto com o Bará Lodê as entradas
dos Ilês.
Ogum Adiolá: Ogum que responde na praia.
Ogum Onira: Responde nos campos e nos matos
Ogum Adiolá: Ogum que responde na praia.
Ogum Onira: Responde nos campos e nos matos
Elemento: Metal (ferro e aço)
Domínio: Guerra, máquinas e agricultura
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Vermelho e verde
Saudação: Ogunhê
Dia da semana – Quinta-feira
Ebó: Costela assada e inhame azedo (epô)
No sincretismo, o Orixá Ogum, é associado a São Jorge
Domínio: Guerra, máquinas e agricultura
Instrumento: Obé (espada)
Cores: Vermelho e verde
Saudação: Ogunhê
Dia da semana – Quinta-feira
Ebó: Costela assada e inhame azedo (epô)
No sincretismo, o Orixá Ogum, é associado a São Jorge
Bará
Orixá dos cruzeiros e dono das encruzilhadas. Senhor do
Epô, primeiro Orixá a ser reverenciado, é aquele que abre e fecha os caminhos.
Mensageiro dos Orixás, ninguém vai a praia sem passar
pelo cruzeiro. Intermediário entre o Orum (céu) e o Aye (terra), guardião dos
portões e portas dos ilês.
Bará Lodê: Guardião dos portões do Ilê junto com Ogum
Avagã
Bará Lanã: Guardião da porta do Ilê, ficando à esquerda
da porta de entrada.
Bará Adague: Guardião da porta do Ilê, ficando à direita
da porta de entrada.
Bará Agelú: Considerado o mais novo dos Barás, ficando
dentro dos Pejis (quarto de santo).
Elemento: Terra
Domínio: Cruzeiros e caminhos
Instrumento: Ogó (pênis de madeira com buzios, simbolizando o sêmem)
Cores: Vermelho
Saudação: Alupo
Dia da semana: Segunda-feira / Bará Agelú: sexta-feira
Ebó: Milho torrado e batata assada
Domínio: Cruzeiros e caminhos
Instrumento: Ogó (pênis de madeira com buzios, simbolizando o sêmem)
Cores: Vermelho
Saudação: Alupo
Dia da semana: Segunda-feira / Bará Agelú: sexta-feira
Ebó: Milho torrado e batata assada
No sincretismo, o Orixá Bará é associado a São Pedro e
Santo Antônio
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
MANIFESTAÇÃO DO ORIXÁ
A pessoa, na qual
o Orixá incorpora, é denominada cavalo-de-Orixá, no Rio Grande do
Sul, mais conhecido como cavalo-de-santo; aquele que tem o privilégio
de ser “montado” (incorporado)pelo seu Orixá. No Batuque, ou
seja nas nações de Oyó, Gêge, Ijexá, Nagô, Cabinda, diferente
do Candomblé, a pessoa não toma conhecimento da incorporação ou,
que foi ocupada por seu Orixá.
Os transes de posseção(ocupação) das pessoas tem geralmente um caráter de perfeita autenticidade, pois, assumem certas afinidades de temperamento do Orixá incorporado.
Os transes de posseção(ocupação) das pessoas tem geralmente um caráter de perfeita autenticidade, pois, assumem certas afinidades de temperamento do Orixá incorporado.
No momento do
transe de possessão, o iniciado comporta-se inconcientemente como o
Orixá, ao qual está possuído. O indivíduo(pessoa), só pode ser
incorporada pelo Orixá dono do seu eledá (cabeça). Pode, ainda,
terem os iniciados de um mesmo Orixá as características proveniente
das diversidades das qualidades atribuídas a cada Orixá, dependendo
assim do nome que aquele Orixá vai levar e assim sendo, suas
características próprias podendo ser esse Orixá de acordo com o
caso, jovem ou velho, amável ou ranzinza, pacífico ou
guerreiro.Varia também de acordo com Orixá do corpo (ajuntó) ,
pois apesar do Orixá do corpo não manifestar-se incorporando no
iniciado, ele influencia também o comportamento das pessoas na
possessão.
O caráter de cada
indivíduo resulta na combinação e no equilíbrio destes dois
Orixás. Quando os iniciados estão em transe e começam a dançar,
possuídos pelos seus Orixás, ficam com as expressões faciais e as
maneiras de se portar totalmente modificadas
0 QUE É ORIXÁ?
O Orixá seria em
princípio um antepassado divinizado que em sua vida fixara ligações
permitindo-lhe um domínio sobre certas forças da natureza, bem como
o trabalho em geral, e o conhecimento das qualidades e propriedades
das plantas. O seu manuseio e sua utilização para os diversos
fins.
O poder do antepassado divinizado tem, após a morte, condições de fazer uma encarnação em seu filho durante o fenômeno da incorporação por ele provocado.O Orixá é um poder imaterial. O qual somente percebemos quando está incorporado em um de seus filhos.
O filho é o veículo que permite ao Orixá vir à terra e é através dele, na incorporação, que o Orixá pode dançar junto com o povo; receber cumprimentos, ouvir queixas, conceder graças e conversar com as pessoas.
Os poderes dos Orixás são iguais, padronizados, de acordo com a função de cada um, complementam-se entre si e finalmente tornam-se o conjunto de forças que regem o universo.
O poder do antepassado divinizado tem, após a morte, condições de fazer uma encarnação em seu filho durante o fenômeno da incorporação por ele provocado.O Orixá é um poder imaterial. O qual somente percebemos quando está incorporado em um de seus filhos.
O filho é o veículo que permite ao Orixá vir à terra e é através dele, na incorporação, que o Orixá pode dançar junto com o povo; receber cumprimentos, ouvir queixas, conceder graças e conversar com as pessoas.
Os poderes dos Orixás são iguais, padronizados, de acordo com a função de cada um, complementam-se entre si e finalmente tornam-se o conjunto de forças que regem o universo.
Religião Africanista
INICIO NO RIO GRANDE DO SUL
Somente duzentos
anos após a Bahia ser centro político nacional é que começou
efetivamente o Rio Grande do Sul, sua colonização. Esta área foi
juridicamente inserida no território pátrio pelo Tratado de
Tordesilhas, antes contestada pela Coroa Espanhola.
Em 1737, ainda
éramos colônia de Portugal, o governo português para garantir a
posse dessas terras mandou edificar em região estratégica o forte
“Jesus, Maria e José”, aquartelando tropas. Dentre os operários
a maioria era composta de negros. Negros que mais tarde vieram a
trabalhar nos salgadouros e charqueadas de Pelotas.
Estamos neste ano
comemorando 230 anos desta presença africana aqui. 26 de Julho de
1783. Em fins do século 19 podiam-se contar com muitas Casas de
Religião(Ilês) então denominadas Casas de Pará. Após muitos anos
é que houve a substituição para Casas de Batuque... ou de Nação.
De 1895 a 1935 viveu em Porto Alegre um príncipe africano cujo nome
abrasileirado era Manuel Custódio, do Sapatá Erupê. O Príncipe de
Ubá. Ou simplesmente, Príncipe. Àquela época vivia-se um clima de
incertezas e conflitos entre as facções dos Ximangos e Maragatos.
Um Governador; Dr Augusto Borges de Medeiros, apesar de positivista,
reza a tradição, com testemunhos, mandou chama-lo e, juntamente com
o Tio Chico, do Moçambique, fizeram um assentamento para o Bará, no
Palácio e centro do Mercado. Também, Obrigação no lugar do antigo
patíbulo, frente a Igreja N. Sra das Dores. Ninguém precisa ler os
jornais da época para saber das estripulias policiais quanto ao
Candomblé; ou escutar aqui os contemporâneos do interventor Gen.
Daltro Filho, em 1937, que autorizava que os portais do Batuque
fossem rebentados a pata de cavalo e os dirigentes e membros
algemados nas delegacias como criminosos. Hoje tudo está mudando,
mas persistem as discriminações de forma velada. A própria
irmandade africanista em geral se identifica como católica ou
espiritualista, poucos tendo a coragem moral da auto definição.
A respeitabilidade africanista somente acontecerá no dia em que
houver conscientização e os dirigentes, principalmente, se
prestigiarem e auxiliarem, pois com demanda, cada vez mais perderão
o respeito e a força, que com certeza não nos levará a lugar
algum.
Em Salvador
predominou o grupo Iorubano, chamado após a Invasão Francesa, de
Nagô. Aqui, o Bântu. Africanismo, Umbandismo e Kardecismo são
correntes paralelas que trabalham exclusivamente com o Astral.
No Africanismo que
é assunto predominante, neste momento, temos de considerar a
presença de diferentes Nações, pois a África é um continente.
Formado de países com características especiais cada um, inclusive
com idioma diferente. Isto colocado, o Candomblé é parecido, mas
não é o mesmo que o Batuque. Nem na língua, axós, danças,
passos, rezas, liturgias ou mesmo Orixás. Ainda mantemos aqui no
Estado os seguintes Rituais: Oió, Nagô, Gêge, Igexã e Cabinda. Há
algumas casas de Candomblé, cultuando Angola ou Keto. O mais
acentuado é o Gêge-Ijexá, nos “toques”.
Temos que nos
preocupar com a provável falta de memória das nossas origens, da
história de nossa Religião, pois, nomes, nações e ritos caíram
no esquecimento das novas gerações.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
História da Umbanda no Brasil
A Umbanda nasceu no dia 15 de
novembro de 1908, em um trabalho de mesa branca na cidade de Neves
RJ. O Caboclo Sete Encruzilhadas incorporou em um médium de nome
Zélio Fernandino de Morais, um jovem de apenas 17 anos de idade,
rapaz de uma família aristocrata, respeitável e católica.
De repente, surgindo do nada, o jovem Zélio fora acometido de uma estranha paralisia, que os médicos não conseguiam desvendar. Parou de andar perdendo todos os seus movimentos. Certo dia, para espanto geral da família que lhe assistia na doença, ele ergueu-se do leito e disse: amanhã estarei curado. No outro dia, como se fosse mágica, ele se levantou e andou naturalmente como se nada houvesse lhe acontecido. A medicina não sabia explicar o que tinha acontecido a Zélio.
Um grande amigo da família sugeriu que fosse visitar a Federação Espírita de Niterói, no Rio de Janeiro, presidida, na época, por José de Souza. Era exatamente 15 de novembro de 1908, quando o jovem Zélio foi convidado a sentar-se à “mesa branca”, onde se abriram os trabalhos daquela noite.
Sentado à mesa redonda foi tomado por uma força estranha e superior à sua vontade. Contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer membro da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: “aqui está faltando uma flor!”. Retirou-se e foi até o jardim, voltando pouco tempo depois com uma rosa na mão, que depositou no centro da mesa.
Essa atitude insólita causou quase um tumulto. Restabelecida a corrente na mesa, manifestaram-se espíritos que se diziam de pretos escravos, índios ou caboclos, em diversos médiuns. Esses espíritos foram convidados a se retirarem pelo presidente dos trabalhos, advertidos por seu atraso espiritual.
Foi então que o jovem Zélio, tomado por aquela força estranha e superior, questionou o motivo que levava o dirigente dos trabalhos a não aceitar a comunicação desses espíritos e por que eram considerados atrasados, se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram terem tido na sua última encarnação.
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os resposáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio, desenvolvendo uma sólida argumentação. Um dos médiuns videntes perguntou então:
"-Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?"
A resposta de Zélio, ainda tomado pela misteriosa força, foi:
"-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
No outro dia, na hora certa dito pelo caboclo, sem que o médium Zélio pudesse controlar a si mesmo, no jardim da sua casa o Caboclo Sete Encruzilhadas incorporava e todos os médiuns humilhados na mesa branca, não pelas entidades, mas pela falta de conhecimento dos seus dirigentes, lá estavam também para comprovar a veracidade da Entidade. Logo todos os médiuns incorporaram pretos escravos (pretos-velhos) e caboclos.
O Caboclo Sete Encruzilhadas anunciava que o nome dessa nova Luz seria a Umbanda, alguém inicialmente escreveu Aumbanda, logo mais foi corrigido o nome com a orientação do Caboclo Sete Encruzilhadas. Umbanda, palavra de origem sânscrita, também quer dizer: Deus ao nosso lado ou nós ao lado de Deus.
Zélio Fernandino de Morais desencarnou em 1975 aos 84 anos de idade, deixando a grande bandeira da Umbanda hasteada por todo Brasil. Do seu trabalho incansável, honesto e brilhante, resultou a nossa Umbanda de hoje que cresce a cada dia que passa. Faltava no Brasil esta flor trazida pelas mãos de um caboclo: a Umbanda, que já fez conhecida no mundo inteiro.
De repente, surgindo do nada, o jovem Zélio fora acometido de uma estranha paralisia, que os médicos não conseguiam desvendar. Parou de andar perdendo todos os seus movimentos. Certo dia, para espanto geral da família que lhe assistia na doença, ele ergueu-se do leito e disse: amanhã estarei curado. No outro dia, como se fosse mágica, ele se levantou e andou naturalmente como se nada houvesse lhe acontecido. A medicina não sabia explicar o que tinha acontecido a Zélio.
Um grande amigo da família sugeriu que fosse visitar a Federação Espírita de Niterói, no Rio de Janeiro, presidida, na época, por José de Souza. Era exatamente 15 de novembro de 1908, quando o jovem Zélio foi convidado a sentar-se à “mesa branca”, onde se abriram os trabalhos daquela noite.
Sentado à mesa redonda foi tomado por uma força estranha e superior à sua vontade. Contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer membro da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: “aqui está faltando uma flor!”. Retirou-se e foi até o jardim, voltando pouco tempo depois com uma rosa na mão, que depositou no centro da mesa.
Essa atitude insólita causou quase um tumulto. Restabelecida a corrente na mesa, manifestaram-se espíritos que se diziam de pretos escravos, índios ou caboclos, em diversos médiuns. Esses espíritos foram convidados a se retirarem pelo presidente dos trabalhos, advertidos por seu atraso espiritual.
Foi então que o jovem Zélio, tomado por aquela força estranha e superior, questionou o motivo que levava o dirigente dos trabalhos a não aceitar a comunicação desses espíritos e por que eram considerados atrasados, se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram terem tido na sua última encarnação.
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os resposáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio, desenvolvendo uma sólida argumentação. Um dos médiuns videntes perguntou então:
"-Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?"
A resposta de Zélio, ainda tomado pela misteriosa força, foi:
"-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
No outro dia, na hora certa dito pelo caboclo, sem que o médium Zélio pudesse controlar a si mesmo, no jardim da sua casa o Caboclo Sete Encruzilhadas incorporava e todos os médiuns humilhados na mesa branca, não pelas entidades, mas pela falta de conhecimento dos seus dirigentes, lá estavam também para comprovar a veracidade da Entidade. Logo todos os médiuns incorporaram pretos escravos (pretos-velhos) e caboclos.
O Caboclo Sete Encruzilhadas anunciava que o nome dessa nova Luz seria a Umbanda, alguém inicialmente escreveu Aumbanda, logo mais foi corrigido o nome com a orientação do Caboclo Sete Encruzilhadas. Umbanda, palavra de origem sânscrita, também quer dizer: Deus ao nosso lado ou nós ao lado de Deus.
Zélio Fernandino de Morais desencarnou em 1975 aos 84 anos de idade, deixando a grande bandeira da Umbanda hasteada por todo Brasil. Do seu trabalho incansável, honesto e brilhante, resultou a nossa Umbanda de hoje que cresce a cada dia que passa. Faltava no Brasil esta flor trazida pelas mãos de um caboclo: a Umbanda, que já fez conhecida no mundo inteiro.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Prece de Caritas
Deus
nosso Pai,
que Sois todo poder e bondade,
dai força àqueles que passam pela provação,
dai luz àqueles que procuram a verdade,
e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus,
dai ao viajante a estrela Guia,
ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
Pai,
dai ao culpado o arrependimento,
ao espírito, a verdade,
à criança o guia,
ao órfão, o pai.
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, e
esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores,
derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé.
Deus,
um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra,
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e
todas as lagrimas secarão,
todas as dores acalmar-se-ão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós,
como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha,
nós Vos esperamos com os braços abertos.
Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição,
queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força no progresso de subir até Vós,
Dai-nos a caridade pura,
Dai-nos a fé e a razão,
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem.
que Sois todo poder e bondade,
dai força àqueles que passam pela provação,
dai luz àqueles que procuram a verdade,
e ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus,
dai ao viajante a estrela Guia,
ao aflito a consolação,
ao doente o repouso.
Pai,
dai ao culpado o arrependimento,
ao espírito, a verdade,
à criança o guia,
ao órfão, o pai.
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade, Senhor, para aqueles que não Vos conhecem, e
esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores,
derramarem por toda à parte a paz, a esperança e a fé.
Deus,
um raio, uma faísca do Vosso divino amor pode abrasar a Terra,
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita, e
todas as lagrimas secarão,
todas as dores acalmar-se-ão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós,
como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha,
nós Vos esperamos com os braços abertos.
Oh! bondade, Oh! Poder, Oh! beleza, Oh! perfeição,
queremos de alguma sorte merecer Vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força no progresso de subir até Vós,
Dai-nos a caridade pura,
Dai-nos a fé e a razão,
Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas
O espelho onde refletirá um dia a Vossa Santíssima imagem.
Resgatar é preciso
A
umbanda surgiu da manifestação do caboclo das sete encruzilhadas e
pouco a pouco foi crescendo e expandindo-se de forma controlada pelo
grupo inicial formado por pai Zélio e pelos seus auxiliares diretos,
os quais foram sendo preparados para abrir novas " Tendas
Espiritas de Umbanda".
Após
esse inicio controlado e registrado historicamente por muitos autores
umbandistas, eis que uma verdadeira explosão aconteceu e novas
tendas começaram a ser abertas em muitos lugares, com a maioria
delas sem nenhum vinculo com as tendas matrizes.
Se
assim aconteceu e permitiu uma expansão "aparentemente"
autônoma ou livre, "algo" deve ter permitido que muitos
milhares de "guias chefes" de tendas de umbanda ordenassem
aos seus médiuns que dessem início a novos centros de umbanda.
Esse
"algo" é o que nos interessa comentar aqui, porque é em
si um dos fundamentos divinos da umbanda e todas as religiões
mediunicas ou oraculares , entendendo o termo "oracular"
como a comunicação do mundo espiritual com o material. Esse algo é
a comunicação com os espíritos.
A
comunicação com os espíritos criada pela umbanda é única e
magnifica, porque permite que as pessoas conversem naturalmente com
os espíritos, relatando-lhes seus problemas ou dificuldades e
recebam deles orientações que auxiliarão na solução deles. O ato
de uma pessoa conversar com um espírito, ainda que incorporado em um
médium, tem um efeito muito positivo porque a maioria delas,
conversando com um espírito amigo, orientador e bondoso, isso tanto
a fortalece quanto faz com que se sinta mais segura por que dali em
diante passa a ter um espírito amigo e protetor a zelar por ela no
"mundo espiritual".
Essa
luta continua da humanidade em buscar a evolução por meio do
aperfeiçoamento espiritual, consciêncial e moral motivou a
espiritualidade superior a dar início a uma nova religião
espiritualista fundamentada nos três postulados iniciais, que tanto
traçaram o rumo da sua missão na terra quanto delinearam o imenso e
luminoso trabalho que realizaria em prol da humanidade, tanto a
encarnada quanto a desencarnada.
Os
três postulados básicos da umbanda, trazidos,pelo,senhor Caboclo
das Sete Encruzilhadas, são estes: - Com os espíritos mais
evoluídos aprenderemos.
-
Aos espíritos mais atrasados ensinaremos.
-
A nenhum espírito renegaremos.
Esses
três postulados são de uma sabedoria ús interessa comentar aqui,
porque é em si um dos fundamentos divinos da umbanda e todas as
religiões mediunicas ou oraculares , entendendo o termo "oracular"
como a comunicação do mundo espiritual com o material. Esse algo é
a comunicação com os espíritos.
A
comunicação com os espíritos criada pela umbanda é única e
magnifica, porque permite que as pessoas conversem naturalmente com
os espíritos, relatando-lhes seus problemas ou dificuldades e
recebam deles orientações que auxiliarão na solução deles. O ato
de uma pessoa conversar com um espírito, ainda que incorporado em um
médium, tem um efeito muito positivo porque a maioria delas,
conversando com um espírito amigo, orientador e bondoso, isso tanto
a fortalece quanto faz com que se sinta mais segura por que dali em
diante passa a ter um espírito amigo e protetor a zelar por ela no
"mundo espiritual".
Essa
luta continua da humanidade em buscar a evolução por meio do
aperfeiçoamento espiritual, consciêncial e moral motivou a
espiritualidade superior a dar início a uma nova religião
espiritualista fundamentada nos três postulados iniciais, que tanto
traçaram o rumo da sua missão na terra quanto delinearam o imenso e
luminoso trabalho que realizaria em prol da humanidade, tanto a
encarnada quanto a desencarnnica e trazem em sí, sintetizado em
poucas palavras, tudo o que já se falou, escreveu e se fez, tanto em
relação aos espíritos bons quanto os maus, encarnados ou
desencarnados, porque, se todos somos espíritos, então o Caboclo
mensageiro da boa nova também se referiu a todos. Assim sendo, cabe
a nós resgatar dia-a-dia os princípios básicos de umbanda, de
fazer o bem sem olhar a quem, e a caridade como régra básica no
convívio com os freqüentadores das tendas espirituais.
Não
deixando que se colóque a venda, aquilo que nos foi agraciado por
nosso amado Deus!
João
D'Aganju
domingo, 14 de julho de 2013
Pai nosso de umbanda
Pai-nosso,
que estas no céu, nos mares, nas matas e em todos os mundos
habitados.
Santificado
seja teu nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas, pela
luz e pelo ar que respiramos.
Que
o teu reino do bem, do amor e da fraternidade nos una a todos, a tudo
que criastes em torno da sagrada cruz, aos pés do divino salvador e
redentor.
Que
a tua vontade nos conduza sempre para oculto do amor e da caridade.
Dá-nos
hoje e sempre a vontade firme para sermos virtuosos e úteis a nossos
semelhantes.
Dá-nos
hoje o pão do corpo, o fruto das matas, a água das fontes para o
nosso sustento material e espiritual.
Perdoa
se merecemos as nossas faltas.
E
dá sublime sentimento do perdão para os que nos ofendem.
Não
nos deixe desistir ante a luta, dissabores, ingratidões, tentações
dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria.
Envia,
Pai, um raio de tua divina luz e misericordia, para os teus filhos
pecadores, que aqui trabalham pelo bem da humanidade.
Os perigos e consequências da mediunidade mal orientada.
A
falta de doutrina e de comprometimento que existe, em muitas casas
espiritualistas, coloca em risco a saúde física e psicológica dos
médiuns.
Para
se ter idéia, há casas que iniciam qualquer pessoa que tenha
vontade em trabalhos de desenvolvimento mediúnico de incorporação.
E
as pessoas que começam a freqüentar os trabalhos, por não terem a
menor noção do que é certo ou errado, se submetem.
Na
verdade, existem casos em que a mediunidade de incorporação nunca
vai se manifestar porque o médium, deverá desenvolver outras formas
de mediunidade.
A
mediunidade deve ser desenvolvida de forma progressiva e
individualizada, e o bom desenvolvimento do corpo mediúnico depende
muito da firmeza e da competência do chefe do grupo e do espirito
dirigente dos trabalhos.
Na
terra, a esfera material das diversas formas de religião é
conduzida pelos encarnados, o que inclui a organização das casas, a
orientação das pessoas e até a redação dos textos que explicam
os fenômenos espirituais.
É
justamente por se tratar de coisa de humanos que a religião muitas
vezes é deturpada.
Se
os espíritos de luz pudessem atuar sozinhos, várias situações
inoportunas deixariam de acontecer.
Mas
os trabalhos religiosos na terra precisam da união do plano físico
e do espiritual.
Sem
o fluido corpóreo dos médiuns, não é possível para os espíritos
atuar em nosso nível vibratório, dai a grande importância dos
médiuns e também da assistência nos trabalhos religiósos.
Quando
um dirigente religioso, independente da linha em que trabalhe, se
deixa envolver pelo ego, passa a acreditar que é o dono da verdade,
e o que ainda é pior, que é o dono das pessoas . Sua mente se fecha
para as orientações do plano espiritual que deveriam orientar sua
conduta, por que sua vontade passa a ser mais importante.
Quando
o chefe dos trabalhos se perde, os espíritos não compactuam com os
erros cometidos, mas respeitam o livre arbítrio de todos. Ficam à
parte, aguardando que a situação se modifique para novamente
poderem trabalhar com seus médiuns. As pessoas não ficam
desamparadas, mas os espíritos não compactuam com o ego. Há
trabalhos que, irresponsavelmente, surgem em função da vontade que
tem algumas pessoas que dirigirem grupos. Se uma pessoa resolve
iniciar uma sessão, a responsabilidade é dela. Os seus protetores
não vão puní-lá por isso, mas toda a carga que surge em função
dos trabalhos vai ser também responsabilidade dela. Surgem, em
função disso, muitas complicações , para quem dirige e para quem
é dirigido.
Portanto,
não bastando atrapalhar a sí mesmo, o chefe deverá arcar com as
consequências do que provoca para o corpo mediúnico de sua casa.
Toda
aplicação do dom mediúnico deve estar sobre a proteção de uma
corrente espiritual e de uma chefia realmente capacitada.
Infelizmente, em muitas casas sem boa direção espiritual, exerce-se
o hábito de desenvolver a mediunidade em pessoas obsediadas,
causando-lhes desequilíbrios ainda piores do que a própria
obsessão. São pessoas que, estando claramente doentes, são levadas
a abrirem seus canais de mediunidade, irresponsávelmente, a fim de
supostamente se curarem.
A
pessoa perturbada chega nos trabalhos e é aconselhada a
desenvolver..... porque tem mediunidade.
A
mediunidade perturbada pela obsessão não merece incentivo.
Mentores
espirituais de casas honestas cuidam de tratar desses processos
obsessivos até que os fenômenos cessem, e o enfermo, curado, possa
retomar suas atividades normais e, quem sabe, desenvolver sua
mediunidade. Por outro lado, se a pessoa está desequilibrada,
doente, desenvolvendo algo que nem sabe exatamente o que é, possuir
um canal aberto será algo muito perigoso.
A
mediunidade não é causadora da enfermidade ou da loucura. É o seu
desenvolvimento indevido que permite que um espirito obsessor dela se
utilizepara instalar, na mente de sua vitima, a enfermidade mental.
Precisamos
também conhecer a fadiga mediúnica. O exercício da mediunidade
provoca perda de fluidos vitais do corpo do médium e tende a esgotar
os seus campos energéticos. Por isso os dirigentes capacitados
dedicam especial atenção e cuidado para os médiuns iniciantes.
Convém
que o dirigente espiritual esteja atento à conduta dos médiuns,
para perceber indícios de anormalidade. Mediunidade é uma atividade
psíquica séria, e a ela só devem se dedicar pessoas que se
disponham a ter conduta religiósa, ou seja, uma moral sadia e
hábitos disciplinados.
A
irresponsabilidade e incompetência de dirigentes nos critérios de
admissão e instrução de seus trabalhadores pode culminar em
demência. Basta imaginar a situação em que uma pessoa obsediada é
submetida a entidades hipócritas.
Lembremos
que a humildade, a dedicação, a paciência e a renuncia são os
caminhos do crecimento mediúnico.
O
orgulho e os maus espíritos são seus obstáculos. A mediunidade,
assim como todos os dons, possui dois lados. Se, por um lado, é
fonte de abençoadas alegrias, por outro, pode ser também de
profundas decepções.
Mas
isso nunca deve ser motivo para que alguém desista de desenvolver a
sua mediunidade, de cumprir a sua missão, pois ela é simples e
gratificante na vida das pessoas que a abraçam como missão de
serviço nas legiões do bem!
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