Mostrando postagens com marcador Lendas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lendas. Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de outubro de 2013

Quem não pode com mandinga, não carrega patuá


Mandinga significa magia, simpatia ou feitiço. Ela pode ser para cura, abertura de caminhos, para ajudar a conseguir um emprego, enfim... Nos fundamentos da verdadeira Umbanda ela sempre é feita para o bem e pelo bem.

Mas esse termo é muito antigo e originalmente tinha outro significado.
Você já ouviu a expressão “quem não pode com mandinga, não carrega patuá”?

Ela surgiu no tempo da escravidão, onde os Mandingas eram um grupo (ou nação) africano do norte, próximo aos árabes, que acabou por se tornar muçulmano. Com o tráfico de escravos, muitos negros Mandingas vieram parar nas Américas. Porém, os Mandingas eram escravos que sabiam ler e escrever em árabe, além de conhecer a matemática melhor do que os brancos, seus senhores, e este estado superior de cultura de um determinado grupo negro fez com que fossem tidos como feiticeiros, passando a expressão Mandinga a sinônimo de feitiço. Por outro lado, os negros que praticavam o culto aos Orixás eram vistos como infiéis pelos negros muçulmanos.

O branco, aproveitando-se dessa rivalidade e confiando aos mandingas funções superiores que os demais, faziam a animosidade entre eles crescer. Os mandingas não eram obrigados pelos brancos a ingerir restos de comida e até mesmo permitiam que estes trouxessem trechos do Alcorão encerrados em pequenos saquinhos de pele pendurados ao pescoço, o famoso Patuá. Os Mandingas eram, em geral, os negros que ocupavam a função de caçadores de escravos fujões (capitães-do-mato).

Quando um negro pretendia fugir, além de se preparar para lutar sem armas através da capoeira e do maculelê, ele deixava o cabelo crescer e pendurava ao pescoço um Patuá, fazendo-se passar por um Mandinga para não ser perseguido. Mas se um verdadeiro Mandinga o abordasse e ele não soubesse responder em árabe, descarregaria todo seu furor nesse infeliz negro fujão. Daí nasceu a expressão “quem não pode com mandinga, não carrega patuá”.

Mais tarde o hábito de utilizar patuás entre negros foi se generalizando, pois estes acreditavam que o poder dos Mandingas era devido, em grande parte, aos poderes do Patuá.

MAS, AFINAL, O QUE É PATUÁ?

O patuá é um objeto consagrado que traz em si o axé, a força mágica do Orixá ou Guia de luz, a quem ele é consagrado.

Salve os Pretos-Velhos!
Saravá!

domingo, 22 de setembro de 2013

Oxalá - pai de xangô



Sango, filho de Obatalá, era um jovem rebelde e vez por outra saía pelo mundo botando fogo pela boca, queimando cidades e fazendo arruaça. Seu pai, Obatalá, era informado de seus atos, recebendo queixas de todas as partes da terra. Obatalá alegava que seu filho era como era por não haver sido criado junto dele, mas que, algum dia, conseguiria dominá-lo.
Certo dia, estando Sango na casa de Obá, deixou seu cavalo branco amarrado junto à porta da casa. Obatalá e Odudua passaram por lá, viram o animal de Sango, e o levaram com eles. Ao sair, Sango percebeu o roubo e enfurecido saiu em busca do animal, perguntando aqui e acolá. Chegando a uma vila próxima dali, informaram-lhe que dois velhos estavam levando consigo seu animal, o que deixou Sango ainda mais colérico.  Sango alcançou os dois velhos e ao tentar agredi-los percebeu que eram Obatalá e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: "Sangò kunlé, foribalé". Sango desarmado atirou-se ao chão em total submissão à Obatalá.
Sango tinha consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá arrebentou e misturou a elas suas contas brancas dizendo: "Isto é para que toda a terra saiba que você é meu filho".
Daquele dia em diante Sango submeteu-se às ordens do velho rei.

Como Oyá conquistou o fogo

no-tabuleiro

Orixá das cores vermelha e branca, Iansã é a regente do vento e dos temporais. Segundo uma antiga história da África, Xangô, marido de Iansã, certa vez a enviou para uma aventura especial na terra dos baribas. A missão era buscar um preparado que lhe daria o poder de cuspir fogo. Só que a guerreira, ousada como ela só, ao invés de obedecer ao marido, bebeu a alquimia mágica, adquirindo para si a capacidade de soltar labaredas de fogo pela boca.
Mais tarde, os africanos inventaram cerimônias que saudavam divindades como Iansã através do fogo. E, para isso, usavam o àkàrà, um algodão embebido em azeite de dendê, num ritual que lembra muito o preparo de um alimento bastante conhecido até os dias que correm: o acarajé. Na verdade, o acarajé que abastece o tabuleiro das baianas é o alimento sagrado de Iansã, também conhecida como Oyá.

O quitute tornou-se símbolo da culinária da Bahia e patrimônio cultural brasileiro. E, assim como ele, diversos elementos da tradição africana fazem parte do nosso cotidiano. Em sons, movimentos e cores, a arte encontrou na religião de origem africana seu sentido, sua essência, sua identidade.