Exus de Quimbanda, de acordo com a crença religiosa, são
espíritos de diversos níveis de luz que incorporam nos médiuns de Quimbanda. Os
Exus de Quimbanda são antigos espíritos de bruxos e sacerdotes de todas as
partes do mundo como Brasil, Egito, Europa, África, até mesmo da cultura
indígena. São espíritos de pessoas que fizeram parte do culto em algum momento
no passado. E também existem os Exus que nasceram no sistema de formação do
universo. Não confundir o Exu de Quimbanda com o Orixá Exu. Na Quimbanda não
existe culto a Orixás, e Exu na Quimbanda, não é um Mensageiro dos Orixás ou um
Orixá.
Natureza e incorporação de Exus
Encontramos aqueles que crêem que os Exus são entidades
(espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exus podem também ser
neutros ou maus. Observa-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de
Umbanda - e mesmo de Candomblé - não têm uma idéia muito clara da natureza
da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. Na verdade,
essa Entidade não deve ser confundida com os (obsessores), apesar de transitar
na mesma Linha das Almas, sendo o seu dia, a segunda-feira, ficando sob o seu
controle e comandando os espíritos atrasadíssimos na evolução e que são
orientados pelos Exus para que consigam evoluir através de trabalhos
espirituais feitos para o bem.
Sua função mítica é a de mensageiro , aquele que liga os
dois mundos. O único contato direto
entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação,
quando o corpo do ser humano é colegado ao seu Exu por meio dos chacras. É ele
quem traduz as linguagens humanas para os seres superiores. Por isso, é
imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho, porque é
o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na
outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão
sendo cultuados. Possuem a função também de proteger o terreiro e seus médiuns.
O poder de comunicar e ligar, confere a ele também o
oposto, a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se
possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido
mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens,
os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das
porteiras, portas de entradas e saídas.
A Umbanda considera os Exus não como deuses, mas como uma
entidade em evolução que busca, através da caridade, a evolução. Em síntese, o
grande agente mágico do equilíbrio universal. Também é o guardião dos trabalhos
de magia, onde opera com forças do astral. E também são considerados como
"policiais", "sentinelas", "seguranças" que agem
pela Lei, no submundo do "crime" organizado e principalmente
policiando o Médium no seu dia-a-dia. As "equipes" de Exus sempre
estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela.
Obedecem à severa hierarquia nos comandos do astral se
classificando também como Exus cruzados, espadados e coroados.
Esses espíritos utilizam-se de energias mais
"densas" (materiais). Nota-se que essas entidades podem realizar
trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal
dos consulentes e praticar a caridade em geral. A condição de Exu para um espírito
é transitória, podendo este, uma vez redimidas suas dívidas perante a Lei
Divina, seguir no mundo dos espíritos em escalas mais elevadas de evolução.
Os Exus são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos
trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à
Lei, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde
pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se
comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças,
calcadas no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere"
da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente). Vivem no baixo
astral, onde as vibrações energéticas são densas. Este baixo astral é uma
enorme egrégora formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos
encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores,
raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam
esta faixa vibracional e os Kiumbas se apegam nisso, já que sentem-se mais
fortalecidos.
Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz
trabalhos malignos, feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros, sem
luz (Kiumbas). Ajudam a limpar, retirando os espíritos obsessores e os
encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares
do astral inferior.
A Doutrina Espírita os trata como espíritos imperfeitos,
almas dos homens que, por terem cometido crimes perante a Lei Divina, são
submetidos a difíceis provas, cujo único objetivo é o de que possam compreender
a extensão do mal que praticaram em outras vidas. Alguns espíritos, que usam
indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida
contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É
justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses
feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro Exu, atraindo os
obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges que
trabalham visando à própria evolução.
O chamado “Exu Pagão” é tido como o marginal da
espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na
magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição. Já o
Exu Batizado, é uma alma humana já sensibilizada, evoluindo e, trabalhando para
o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio,
nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da
marginalidade.
Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exu com
um espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que
recebem a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo
os presentes, usando nomes de "Guias". Para evitar essa confusão, não
damos[quem?] aos chamados “Exus Pagãos” a denominação de “Exu”,
classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos “Exus
Batizados” a denominação de “Exu”.
Laroyê Exu
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